Esta edição do “Diálogos Envolverde, Maratona ODS” trata do ODS 6, que estipula que, até 2030, toda a população tenha a garantia de acesso, disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento.
Quem comentou este ODS foi o Presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.
Traçando um panorama do país, Édison afirma que avançamos pouco nos últimos dez anos quando o assunto é a universalização da água potável e do saneamento básico. Segundo ele, metade da população brasileira ainda não tem coleta de esgoto.
O presidente da Trata Brasil afirma que grande parte do problema de distribuição de água no Brasil se dá pelo desperdício causado por tubulações antigas, vazamentos, medidores ineficientes e instalações clandestinas. O problema também é abordado na meta 4 desse ODS. Sobre o assunto, Carlos afirma “Para você ter uma ideia, a gente fez um estudo recente que mostrou
que nós perdemos 7 mil piscinas olímpicas de água potável por dia, que não chegam em lugar nenhum de maneira formal. Se a gente colocar isso em termos de recursos financeiros, são R$ 8 bilhões que deixam de voltar para o sistema de saneamento, por essa água que foi produzida e não foi tarifada, ou seja, ninguém pagou por ela”.
Entre as metas que têm bom desempenho no Brasil, Édison destaca a redução do despejo de produtos químicos e materiais perigosos nos corpos hídricos. Para ele, atualmente o Brasil é umas das referências no assunto graças ao aumento da fiscalização e o investimento da indústria em medidas sustentáveis.
O bate-papo também aborda outras metas do ODS, como a proteção e recuperação de ecossistemas, cooperação internacional para o avanço no acesso a água e ao saneamento e ainda um panorama sobre a situação hídrica em São Paulo.
Edison Carlos é Presidente Executivo do Instituto Trata Brasil. Químico industrial de formação, atuou em áreas ligadas à Comunicação e Relações Institucionais nos setores químico e petroquímico. É pós-graduado em Comunicação Estratégica. Atuou por quase 20 anos em várias posições no Grupo Solvay, sendo que nos últimos anos foi responsável pela área de Comunicação e Assuntos Corporativos da Solvay Indupa. Em 2012, recebeu o prêmio “Faz Diferença – Personalidade do Ano” do Jornal O Globo – categoria “Revista Amanhã”.
ODS 6 e a Cidade de São Paulo
Um dos pontos citados pelo Presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, que dificultam o acesso ao saneamento básico e à água potável são os terrenos irregulares. Segundo dados da própria Trata Brasil, 2 milhões de pessoas não têm coleta de esgoto na região Metropolitana de São Paulo.
O cenário liga completamente a cidade à principal meta deste ODS que fala sobre o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade.
Nações Unidas
Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos.
Brasil
Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água para consumo humano, segura e acessível para todas e todos. +
Nações Unidas
Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade.
Brasil
Meta mantida sem alteração. +
Nações Unidas
Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente.
Brasil
Até 2030, melhorar a qualidade da água nos corpos hídricos, reduzindo a poluição, eliminando despejos e minimizando o lançamento de materiais e substâncias perigosas, reduzindo pela metade a proporção do lançamento de efluentes não tratados e aumentando substancialmente o reciclo e reuso seguro localmente. +
Nações Unidas
Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água.
Brasil
Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores, assegurando retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez. +
Nações Unidas
Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos.
Brasil
Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos, reduzindo os impactos da ação humana. +
Nações Unidas
Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água.
Brasil
Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores, assegurando retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez. +
Meta 6.a
Nações Unidas
Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio à capacitação para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e saneamento, incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso.
Brasil
Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio ao desenvolvimento de capacidades para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e ao saneamento, incluindo, entre outros, a gestão de recursos hídricos, a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso. +
Meta 6.B
Nações Unidas
Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento.
Brasil
Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, priorizando o controle social para melhorar a gestão da água e do saneamento. +
Desenvolvi um projeto de educomunicação com os alunos do 6º ao 9º ano, onde eles criaram podcasts sobre cada um dos ODS para dar voz a um grande graffiti sobre o tema que tínhamos em um muro do pátio, professora Karen Sellis, EMEF Prof Laerte Ramos de Carvalho. Saiba mais