Para falar sobre a ODS 1 – Erradicação da Fome, a edição do “Diálogos Envolverde, Maratona ODS” ouviu Soninha Francine, jornalista e ex-vereadora de São Paulo.
No bate-papo, Soninha destaca que para cumprir o que prevê esse Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 é necessária a identificação de todos os tipos de pobreza. Para ela, pessoas que não têm acesso a transporte de qualidade, alimentos frescos e moradia digna também estão enquadradas em situação de vulnerabilidade. O ODS 1 classifica que pessoas que vivem com US$ 1,25 por dia estão em situação de extrema pobreza.
A ex-vereadora também falou sobre a importância da assistência social para a erradicação da pobreza. Para Soninha, enquanto as metas de 2030 não são alcançadas, o amparo social para pessoas que vivem em todo tipo de vulnerabilidade se faz extremamente necessário. Para ela, são esses serviços que garantem a dignidade de pessoas pobres, enquanto o cenário ideal previsto no Objetivo das Nações Unidas não é conquistado.
O debate também abordou a meta do ODS que trata sobre a necessidade de resiliência dessa população diante de desastres climáticos. Francine lembrou que em grandes cidades, como São Paulo, as enchentes, que também são originadas por desequilíbrios ambientais, precisam de soluções urgentes.
“As pessoas da noite para o dia perdem tudo o que elas tinham. Perdem a casa, perdem o carro, perdem os bens, perdem todos livros da escola, perdem os seus meios de sobrevivência, ferramentas. Então a gente precisa tratar disso, como se trata de um incêndio”. afirma Soninha
Outras metas do ODS também são tratadas na conversa, como o acesso à tecnologia e saúde de qualidade.
Entre os problemas que contribuem para o aumento da pobreza no Brasil, Soninha cita a política nacional de arrecadação e distribuição de impostos que, segundo ela, é extremamente deficitária e reforça as desigualdades do país.
Soninha Francine, formou-se em Cinema na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Colaborou na MTV como produtora, coordenadora de produção, redatora, diretora de programas e apresentadora. Passou pela TV Cultura, com o programa “RG” e pelas emissoras ESPN-Brasil e Globo/CBN. Em 2007, fez parte do programa “Saia Justa”, da GNT. Foi Subprefeita da Lapa em 2009 na prefeitura de São Paulo. Atuou como Coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual do governo do estado de São Paulo. Em 2017, ficou à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social. E Foi vereadora por dois mantados na cidade de São Paulo. Ganhou o título “Jornalista Amiga da Criança”, concedido pela Fundação Abrinq e “melhor comentarista esportiva” no Prêmio Comunique-se.
O ODS 1 e a Cidade de São Paulo
Mesmo com uma produção econômica que coloca São Paulo no topo do ranking dos PIBs estaduais, a pobreza e a má distribuição de renda ainda são realidades bastante latentes na capital. No ano de 2020, a cidade viveu um caso emblemático, com a prisão de Rosângela Sibele por furtar macarrão instantâneo e refrigerante para alimentar os cinco filhos. A situação ganhou destaque entre as notícias, mas, ainda assim, Rosângela passou quase uma semana presa antes de conseguir um habeas corpus.
Histórias como esta demonstram claramente a necessidade de políticas públicas que foquem nas metas desse ODS e garantam alimentação de qualidade e acesso a serviços básicos para reverter a situação de pessoas que convivem com a extrema pobreza.
Outro ponto desse ODS que foi destacado por Soninha Francine e tem total relação com a cidade de São Paulo é o combate aos desastres climáticos. Todos os anos, no período das chuvas de verão, vemos pontos viciados da cidade que sofrem com enchentes prejudicando a mobilidade e principalmente a vida de quem mora nesses locais.
Nações Unidas
Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$1,25 por dia.
Brasil
Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, medida como pessoas vivendo com menos de PPC$3,20 per capita por dia. +
Nações Unidas
Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais
Brasil
Até 2030, reduzir à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza monetária e não monetária, de acordo com as definições nacionais. +
Nações Unidas
Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura substancial dos pobres e vulneráveis
Brasil
Até 2030, melhorar a qualidade da água nos corpos hídricos, reduzindo a poluição, eliminando despejos e minimizando o lançamento de materiais e substâncias perigosas, reduzindo pela metade a proporção do lançamento de efluentes não tratados e aumentando substancialmente o reciclo e reuso seguro localmente. +Assegurar para todos, em nível nacional, até 2030, o acesso ao sistema de proteção social, garantindo a cobertura integral dos pobres e das pessoas em situação de vulnerabilidade. +
Nações Unidas
Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnologias apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças.
Brasil
Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade, tenham acesso a serviços sociais, infraestrutura básica, novas tecnologias e meios para produção, tecnologias de informação e comunicação, serviços financeiros e segurança no acesso equitativo à terra e aos recursos naturais. +
Nações Unidas
Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais.
Brasil
Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais. +
Meta 5.a
Nações Unidas
Garantir uma mobilização significativa de recursos a partir de uma variedade de fontes, inclusive por meio do reforço da cooperação para o desenvolvimento, para proporcionar meios adequados e previsíveis para que os países em desenvolvimento, em particular os países menos desenvolvidos, implementem programas e políticas para acabar com a pobreza em todas as suas dimensões.
Brasil
Garantir recursos para implementar programas e políticas para erradicar a pobreza extrema e combater a pobreza. +
Meta 5.B
Nações Unidas
Criar marcos políticos sólidos em níveis nacional, regional e internacional, com base em estratégias de desenvolvimento a favor dos pobres e sensíveis a gênero, para apoiar investimentos acelerados nas ações de erradicação da pobreza.
Brasil
Fortalecer marcos políticos e institucionais para garantir a efetividade e a sustentabilidade das ações de erradicação da pobreza. +
Desenvolvi um projeto de educomunicação com os alunos do 6º ao 9º ano, onde eles criaram podcasts sobre cada um dos ODS para dar voz a um grande graffiti sobre o tema que tínhamos em um muro do pátio, professora Karen Sellis, EMEF Prof Laerte Ramos de Carvalho. Saiba mais