ODS 5
Igualdade de Gênero

Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

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Esta edição do “Diálogos Envolverde, Maratona ODS” trata  ODS 5, que prevê metas para que os países possam alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, até 2030.

Para abordar o tema, a entrevistada foi Joanna Burigo, fundadora da Casa da Mãe Joanna, projeto de mídia coletiva que se propõe a apresentar e representar a multiplicidade de discursos feministas existentes.

A função da Associação está ligada, inclusive, a uma das metas desse ODS, que prevê o aumento do uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e comunicação, para promover o empoderamento das mulheres. Para Joana, o estímulo dessa meta está diretamente ligado ao conhecimento de direitos fundamentais, troca de experiências e, consequentemente, a conquista de mais autonomia para as mulheres.

Outro ponto levantado durante a conversa, foi a meta 2 do ODS 5, que trata sobre a eliminação da violência de gênero.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a violência contra a mulher cresceu aproximadamente 20% durante o período de pandemia. Para Joanna, esse cenário só será revertido quando os poderes, como o judiciário, passarem por mudanças. Para exemplificar o problema, ela cita o caso do estupro da promotora de eventos, Mariana Ferrer, ocorrido em 2018.

“O Brasil assistiu atônico ao caso emblemático de violência sexual contra a mulher que tinha o acúmulo de evidências e do trabalho de detetive da polícia que tinha apontado para um cara, que foi absolvido pelo judiciário. O cara foi absolvido em uma manobra linguística de perversão da justiça e no debate público, a vítima passou a ré, a condenada quase”, afirma Joanna.

No debate, a fundadora da Casa da Mãe Joanna reflete ainda sobre outras metas da ODS, como melhores condições para mulheres que exercem o trabalho doméstico, combate ao casamento precoce e às mutilações, erradicação das desigualdades, acesso à saúde e liberdade sexual.

Joanna Burigo tem experiência na área de comunicação social com ênfase em Teorias da Comunicação, Feminista e de Gênero. É mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics. Co-fundadora do Guerreiras Project e do Gender Hub e fundadora da Casa da Mãe Joanna, projeto feminista de comunicação e educação sobre gênero. Atuou no mercado de publicidade e marketing no Brasil e no Reino Unido, onde trabalhou como professora, no Morley College.

ODS 5 e a Cidade de São Paulo

Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, a cada uma hora, três mulheres são vítimas de violência na cidade. Apesar de contar com serviços específicos para esse tipo de violência, como a Delegacia da Mulher e Casas de Acolhimentos voltadas especificamente para mulheres, a capital apresenta números alarmantes dessas ocorrências. Esse e outros pontos previstos na ODS, como equiparação de salário, devem ser prioridade na construção de políticas públicas que visam igualdade de gênero.

Nações Unidas

Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda partes.

Brasil

Eliminar todas as formas de discriminação de gênero, nas suas intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as meninas e mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Nações Unidas

Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo o tráfico e exploração sexual e de outros tipos.

Brasil

Eliminar todas as formas de violência de gênero nas esferas pública e privada, destacando a violência sexual, o tráfico de pessoas e os homicídios, nas suas intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Nações Unidas

Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de crianças e mutilações genitais femininas.

Brasil

Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos e uniões precoces, forçados e de crianças e jovens, nas suas intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Nações Unidas

Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social, bem como a promoção da responsabilidade compartilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais.

Brasil

Eliminar a desigualdade na divisão sexual do trabalho remunerado e não remunerado, inclusive no trabalho doméstico e de cuidados, promovendo maior autonomia de todas as mulheres, nas suas intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas, por meio de políticas públicas e da promoção da responsabilidade compartilhada dentro das famílias. +

Nações Unidas

Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública.

Brasil

Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na esfera pública, em suas dimensões política e econômica, considerando as intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Nações Unidas

Assegurar o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos, como acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão.

Brasil

Promover, proteger e garantir a saúde sexual e reprodutiva, os direitos sexuais e direitos reprodutivos, em consonância com o Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e com a Plataforma de Ação de Pequim e os documentos resultantes de suas conferências de revisão, considerando as intersecções de gênero com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Meta 5.a

Nações Unidas

Realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais.

Brasil

Garantir igualdade de direitos, de acesso e de controle dos recursos econômicos, da terra e de outras formas de propriedade, de serviços financeiros, de herança e de recursos naturais de forma sustentável, por meio de políticas de crédito, capacitação, assistência técnica, reforma agrária e habitação, entre outras, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Meta 5.B

Nações Unidas

Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e comunicação, para promover o empoderamento das mulheres.

Brasil

5.b.1 Garantir a igualdade de gênero no acesso, habilidades de uso e produção das tecnologias de informação e comunicação, considerando as intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas.

5.b.2 Garantir a igualdade de gênero no acesso e produção do conhecimento científico em todas as áreas do conhecimento e promover a perspectiva de gênero na produção do conhecimento, considerando as intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas.

5.b.3 Garantir a igualdade de gênero no acesso e produção da informação, conteúdos de comunicação e mídias, considerando as intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Meta 5.C

Nações Unidas

Adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação aplicável para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas em todos os níveis.

Brasil

Adotar e fortalecer políticas públicas e legislação que visem à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento de todas as mulheres e meninas, bem como promover mecanismos para sua efetivação – em todos os níveis federativos – nas suas intersecções com raça, etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, territorialidade, cultura, religião e nacionalidade, em especial para as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias urbanas. +

Depoimentos
Professores em sala de aula
Karen Sellis

Desenvolvi um projeto de educomunicação com os alunos do 6º ao 9º ano, onde eles criaram podcasts sobre cada um dos ODS para dar voz a um grande graffiti sobre o tema que tínhamos em um muro do pátio, professora Karen Sellis, EMEF Prof Laerte Ramos de Carvalho. Saiba mais

+ informações
Conteúdo complementar

Por Helena Bertho, de Azmina –  “Para ser feminista você tem que ter um QI [quociente de inteligência] muito baixo…

Por Thais Lazzeri, Repórter Brasil –  Lideranças femininas de diferentes etnias viram alvo de criminosos ao combaterem a invasão de…

Por Dal Marcondes, especial para a Envolverde – A humanidade vive suas desigualdades qual fraturas expostas, a mais antiga delas…

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