Para falar do ODS 13, Ação Contra a Mudança Global do Clima, o “Diálogos Envolverde, Maratona ODS” ouviu Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.
Astrini reforça que as atitudes individuais, como a forma que nos alimentamos, o que consumimos, como nos locomovemos, até mesmo como pressionamos os governantes para que adotem posturas de responsabilidade climáticas que se reflitam em acordos globais, são essenciais para o ODS 13.
Outro ponto abordado é que as mudanças climáticas vão mudar os mecanismos de funcionamento da terra e algumas soluções terão que ser tomadas com prioridade ainda maior. Sobre a meta 13.1, que trata da adaptação a riscos relacionados ao clima, Astrini complementa que “adaptar é prever o que vai acontecer e, antes que aconteça, oferecer condições para quem será impactado”.
Como exemplo, ele citou as famílias que vivem em áreas de risco de desmoronamento, que serão ainda mais atingidas com o aumento das chuvas e precisarão de ações eficientes do governo para que sejam retiradas desses locais e recebam condições para uma moradia digna e segura. Outro exemplo são os locais
que terão períodos maiores de seca que afetarão a agricultura.
Durante o bate-papo eles também reforçaram que essas adaptações nem sempre são possíveis e que é preciso ter cautela em relação a elas.
“Adaptação é sempre uma espécie de remédio, o que a gente precisa fazer na verdade é mudar as emissões do mundo inteiro para evitar a doença, mas se essa doença for muito grave, ou seja, se as mudanças climáticas forem muito amplas, a adaptação pode ser insuficiente” complementa.
No Brasil, ao contrário do restante do mundo, os transportes não são os principais responsáveis pela maior parte das emissões e sim o desmatamento. Para ele, o caminho aqui é até mais fácil, já que o desmatamento não traz nenhum tipo de benefício para as vidas das pessoas, apenas contribui para a ilegalidade e destruição de uma riqueza natural, ao contrário de países que dependem dessa energia para o desenvolvimento econômico.
Márcio também falou de assuntos como o Acordo de Paris e questões que envolvem a pandemia da COVID 19.
Márcio Astrini é Diretor-Executivo do Observatório do Clima. Atuou nas áreas de políticas sociais, meio ambiente e planejamento público. Trabalhou por 13 anos no Greenpeace, onde foi coordenador das campanhas de Amazônia, de Clima e de Políticas Públicas. Desde 2019 integra o comitê de coordenação do Observatório do Clima.
ODS 13 e a Cidade de São Paulo
Em São Paulo, é possível perceber mudanças significativas nos últimos anos, desde 1960, a temperatura na cidade já aumentou 3ºC, as chuvas intensas estão mais comuns e os períodos de seca também.
Um dos pontos levantados por Márcio é o impacto do aquecimento global no surgimento de doenças, o que é comprovado por pesquisas recentes feitas na capital, que mostram que a cidade enfrentará cada vez mais problemas relacionados à saúde pública, como por exemplo, o aumento de mortes por doenças cardíacas, mais comuns com as ondas de calor.
Dados do Inventário de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa do Município de São Paulo, divulgado em 2021, constataram que, diferente do que ocorre no Brasil, o setor de transporte é responsável pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa, principalmente devido ao uso de combustíveis fósseis (gasolina e diesel), em segundo lugar está o setor de Energia Estacionária e, em terceiro, o de Resíduos.
Nações Unidas
Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países.
Brasil
Ampliar a resiliência e a capacidade adaptativa a riscos e impactos resultantes da mudança do clima e a desastres naturais.
Nações Unidas
Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais.
Brasil
Integrar a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) às políticas, estratégias e planejamentos nacionais.
Nações Unidas
Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima.
Brasil
Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mudança do clima, seus riscos, mitigação, adaptação, impactos, e alerta precoce.
Meta 13.a
Nações Unidas
Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] para a meta de mobilizar conjuntamente US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, de todas as fontes, para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das ações de mitigação significativas e transparência na implementação; e operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima por meio de sua capitalização o mais cedo possível.
Brasil
Meta não aplicável ao Brasil.
Meta 13.B
Nações Unidas
Promover mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.
Brasil
Estimular a ampliação da cooperação internacional em suas dimensões tecnológica e educacional objetivando fortalecer capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.
Desenvolvi um projeto de educomunicação com os alunos do 6º ao 9º ano, onde eles criaram podcasts sobre cada um dos ODS para dar voz a um grande graffiti sobre o tema que tínhamos em um muro do pátio, professora Karen Sellis, EMEF Prof Laerte Ramos de Carvalho. Saiba mais